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Atividade física em idosos: conceitos e preconceitos

Dada a recente aquisição de conhecimento nas duas áreas envolvidas (ciências da atividade física e

gerontologia), há ainda grande dificuldade ao estabelecimento de parâmetros bem fundamentados nesta interação de áreas do conhecimento científico.


Preferimos conceituar atividade física para idosos como “o fenômeno biológico que envolve a contração muscular”. Enfatizamos esta aspecto para descaracterizar uma freqüente identidade entre exercício e movimento.


Em qualquer idade, mas principalmente entre os idosos os movimentos poderão ser limitados (por paralisia e/ ou por dor), o que não contra-indica a realização de contrações isométricas que, além de prevenir a atrofia muscular da imobilidade, também pode ser uma estratégia terapêutica da própria etiologia da lesão.


Muitas contratações já estão, neste momento, devidamente fundamentadas, como a importância da atividade física como fator de proteção (ou do sedentarismo como fator de risco) das principais doenças crônico-degenerativas que freqüentemente acometem idosos. Outras, porém, encontram ainda algumas resistências para se tornar consensuais, provavelmente porque decorrem de evidências mais recentes e/ou contrariam dogmas que persistiram por muito tempo na prática médica.


Um bom exemplo desta condição é o classicamente preconizado repouso absoluto para tratamento da insuficiência cardíaca congestiva (ICC) descompensada. Temos hoje evidências da contribuição de um programa de atividade física cuidadosamente elaborado na recuperação do equilíbrio hemodinâmico. Nestes estudos, o que resultou ainda mais surpreendente foi a constatação da possibilidade de melhora global da condição funcional, incluindo a captação periférica de oxigênio, sem que haja obrigatoriamente alteração do desempenho cardíaco . Isto atesta que os benefícios da atividade física são sistêmicos e incluem vários mecanismos de ação.


Mas a evolução do conhecimento não parou por aí. A partir das evidências de que atividades físicas podem (e muitas vezes devem) ser feitas pelo idoso, emergiram as questões inerentes a esta indicação, relacionadas ao tipo de exercício, bem como às diversas particularidades do programa a ser proposto.


Os exercícios mais estudados foram, durante muito tempo, predominantemente os aeróbicos, o que resultou num longo período em que predominou a ideia de que apenas estes poderiam ser benéficos ao idoso, principalmente quando portador de ampla comorbidade. Vários trabalhos recentes, porém, têm documentado importantes benefícios do treinamento com pesos para a reabilitação e profilaxia de incapacidade física em pessoas idosas.


Wilson JACOB FILHO Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, Brasil


http://danielsimonn.com.br/recomendados/terceira-idade/artigo3.pdf




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