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Benefícios de andar a pé ultrapassam muito o que diz o senso comum


Não é preciso muito para ir dar uma volta a pé: basta calçado confortável e um casaco para o frio ou chuva, se for o caso

Mais felizes, mais saudáveis e mais "espertos". Os benefícios (os óbvios e os menos óbvios) de andar a pé, de acordo com a neurociência.


Antes de mais, a caminhada tem essa mais valia de poder ser posta em prática por qualquer pessoa, em qualquer idade, em qualquer lugar – e isto é um ensinamento antigo. Mas o que a neurociência diz agora é que os seus benefícios ultrapassam em larga escala o que é do domínio do senso comum – ou seja, alimentam como nada mais os poderes cognitivos do cérebro. O conselho é que troque o saco de ginástica por um par de sapatos confortáveis e vá passear.


Segundo explica Shane O’Mara, professor de investigação experimental do cérebro no Trinity College Institute of Neurosciences, em Dublin, não se trata apenas de uma experiência pessoal, mas uma leitura de dados racional – e é disso que ele escreve detalhadamente em In Praise of Walking (que, numa tradição livre quer dizer qualquer coisa como Em louvor da caminhada), o seu novo livro. “Trata-se de ser a favor de uma visão centrada no motor do cérebro, que evoluiu para apoiar o movimento. Portanto, se pararmos de nos mover, não funcionará também”, resume, citado pelo The Guardian. “Se estivermos sentados o dia todo, é fácil sentirmo-nos como um pólipo sem cérebro, mas se conversarmos enquanto andamos, isso faz com que os nossos sistemas sensoriais funcionem muito melhor”, segue O’Mara, trazendo para a conversa outras informações.


Basicamente, são dados e conclusões de um estudo de 2018 em que acompanhou os níveis de atividade e traços de personalidade dos participantes ao longo de 20 anos e descobriu que os que menos se moviam eram os que revelavam as piores alterações de personalidade, pontuando mais baixo nos aspetos positivos: mais preconceito, menos extroversão e agradabilidade.


Além disso, apresentavam taxas mais baixas de depressão. “Durante a caminhada há uma ativação da zona do cérebro que procura soluções para os problemas”, defende ainda aquele investigador, a sublinhar que os sistemas cerebrais de apoio à aprendizagem, memória e cognição são também os mais afetados pelo stress e pela depressão. Mas, curiosamente, como uma mais-valia da evolução, são também o suporte de funções como o mapeamento cognitivo, uma espécie de GPS do nosso cérebro. O mais curioso? Não são as únicas sobreposições entre movimento e saúde mental que o neurocientista identificou. “Um dos nossos superpoderes que é muito negligenciado ativa-se quando nos levantamos e andamos, porque os nossos sentidos são aguçados com o movimento. Assim, o que era silencioso ganha vida de repente e a maneira como o cérebro interage com o nosso corpo muda”, resume.


Há ainda algumas conclusões que é possível retirar dos escassos dados disponíveis sobre caminhadas e lesões cerebrais, insiste O’Mara: “Há muitos indícios de que a caminhada supervisionada pode ajudar a recuperar de lesões cerebrais, porque promove o fluxo sanguíneo e isso contagia outros sistemas elétricos do cérebro” – rematando que quem considera que caminhar não conta como um exercício adequado está a cometer um erro terrível: “O que precisamos é ser muito mais ativos ao longo do dia. Uma hora no ginásio, ao fim do dia, muitas vezes não é suficiente. Já para caminhar só são precisos uns sapatos confortáveis e, eventualmente, um abrigo para a chuva ou que nos proteja do frio.”




Grupo Longevitá - Academia Terapêutica

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